quarta-feira, 21 de julho de 2010

A dor da perda...




Lu, receba minha amizade, minhas orações e meu amor. Creia que Deus está no controle de todas as coisas e que, por mais que não consigamos entender, Ele tem um bom propósito!
Conte comigo! Que Deus te abençõe...
 
Essa é uma reflexão de como deve ser difícil perder alguém que amamos...
No domingo, uma amiga minha, Lucivanda, amiga de longas datas, perdeu, em um trágico acidente de carro sua irmã, seu cunhado e sua sobrinha. Eles estavam voltando felizes de suas férias a Ubajara...
Os únicos sobreviventes desse acidente foram sua outra sobrinha, que está na UTI e um bebê de 3 meses de idades, filho de sua sobrinha que morreu.
Hoje falei com ela ao telefone. Pude sentir em cada palavra sua, a imensa dor que está sentindo. Nos sentimos impotentes, sem puder ajudar, sem poder expressar palavras que possam amenizar tanto sofrimento...
Momentos como esse nos faz refletir que tudo muda num piscar de olhos e que, talvez, não estejamos preparados para isso...


Por Karen Tavares

 
 
"Não existem palavras, línguas, gestos ou mesmo pensamentos que possam expressar a dor da perda. Ela é tão profundamente dolorida e fere a alma com esmero desmedido, cortando lenta e dolorosamente com o lado cego da faca.

A dor é fenomenal, incrívelmente dor, extraordinariamente dor, fatalmente dor. É dor, dor, dor, somente dor. E não cede, não acalma, não dá trégua. E a alma se contorce, revolve, chora, berra e geme em lamentos surdos, que tomam o corpo, que fazem cambalear e entontecer o espírito.

A dor da perda não tem som, não tem voz, e invade o âmago do ser silenciosa e cruelmente fazendo doer e adoecer o corpo. Massacra a alma a tal ponto de tudo ao redor perder o sentido. Tudo. Tudo perder o sentido e o brilho da vida.

Os olhos olham mas nada vêem, os ouvidos ouvem sem nada ouvir, os braços caem sem sentir qualquer amparo, qualquer sussurro de compreenssão, de entendimento. Somente o gosto do sangue da dor é percebido no fundo do coração que sangra, falece e se afunda no fundo da terra, do pó.

E tudo vira dor profunda e cortante como o fio de uma navalha. Os sentidos perdem a razão de ser. Robotizamos o corpo e caminhamos, perdidos e anestesiados de lá prá cá, de cá prá lá, desnorteados, confundidos, atordoados e completamente perdidos de nós mesmos. Esquecidos de tudo e de todos, menos da dor que rasga, dói e arranha o coração até o sangue jorrar em lágrimas profusas e gritos inaudíveis.

A dor da perda cala fundo e faz sepultura da alma onde desejamos ardentemente nos enterrar, em silêncio absoluto, em escuridão infinda, em adormecer eterno. Faz desejar a morte e buscar o fim de tudo, inclusive de si mesmo, para calar... a dor...

Não existem palavras que definam a intensidade da dor da perda. Ela é tão incrivelmente dor que perdemos a definição e a expressão do que sentimos. Nada mais importa. Nada. A dor da perda é pesada demais. Impossível de se carregar solitariamente.

Por isso, por tudo isso, havemos de buscar forças para suportar a dor da perda, por mais profunda, pungente e dolorida que seja, por mais aterradora e insensível...

Havemos de nos resguardar da dor, de acordar e lutar para viver, mesmo a alma em soluços, mesmo que o espírito, anestesiado pela dor, perca a vontade de lutar e continuar a viver... havemos de nos resgardar da dor no alento dos braços do amor, que é o único que torna possível tudo, por ele, com ele, suportar..."
 
Por http://recantodasletras.uol.com.br/prosapoetica

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